quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Comunicado da CMFF recorda e homenageia o arq. figueirense Gustavo Bastos

A Divisão de Cultura vem por este meio prestar uma singela homenagem ao Arquiteto figueirense Gustavo Bastos, falecido no passado domingo, 16de fevereiro.
Gustavo (Telles de Faria Correia) Bastos = (1928-2014)
“Eu faço parte do grupo de pessoas que começaram por querer ser artistas e foram para o ensino a fim de servir os outros e dar satisfação a si próprios.”
Gustavo Telles de Faria Correia Bastos nasceu em S. Julião, na Figueira da Foz a 9 de Março de 1928.
Com vinte anos, inscreveu-se no Curso Especial de Escultura da ESBAP, completando o 4º e último ano do curso, na Escola de Lisboa, em 1952. Nesse mesmo ano, de regresso ao Porto, matriculou-se novamente na ESBAP, no Curso Superior de Escultura.
Em 1954, concluiu, juntamente com Lagoa Henriques, o Curso de Escultura da Escola de Belas Artes do Porto, tendo ambos obtido a classificação final 20 valores. Barata Feyo, foi seu mestre na disciplina de Escultura, inserindo-o na sua equipe de estatuários. Em 1958 integrou, como professor assistente, o corpo docente da Escola de Belas Artes do Porto, tendo-lhe sido atribuída, em 1959, uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, que lhe permitiu viajar, conhecer os museus de França e Itália onde contactou com a obra de Marino Marini. Ao longo dos anos ocupou os mais variados lugares dentro da Escola, terminando em 1998 como professor catedrático.
Para além de Professor e Mestre, Gustavo Bastos foi um Escultor de estatuária, estendendo-se a sua obra a todo País (sobretudo em tribunais, edifícios públicos e monumentos de carácter histórico). No seu trabalho destacam-se o homem, o cavalo (muitas das vezes sendo representados num só volume) e a mulher.
A sua escultura, de pendor figurativo,  é de grande rigor formal e material, deixando de parte os pormenores, para assumir  uma contida expressão lírica. São figuras, ora solenes, ora serenas, sólidas, e de grande precisão, sendo notório a mestria com que trabalha os materiais.
Participou em variadíssimas exposições coletivas, e crê-se ter realizado três exposições individuais, duas no Porto (na Galeria Alvarez em 1957 e na Galeria do JN) e uma em Lisboa (na Galeria do Diário de Notícias) em 1969. Em 1998, o Museu Municipal da Figueira da Foz produziu uma exposição retrospetiva da sua obra. Está representado uns inúmeros museus e coleções.
Algumas das suas esculturas mais relevantes podem ser visitadas na cidade do Porto:
Repouso (cimento, 1953)  junto ao lago do jardim das Belas Artes;
Honra e Concórdia (mármore de carrára, 1957) no Salão Nobre da C. M. do Porto;
Relevo (cimento, 1958) na Escola Secundária Aurélia de Sousa;
João Pedro Ribeiro (granito, 1961) no Tribunal da Relação;
Cabeça de Mulher (bronze) no Museu Soares dos Reis;
O domínio das águas pelo homem e O homem na sua possibilidade de transpor os cursos de água (bronze, 1963) relevos na Ponte da Arrábida;
Relevo (bronze, 1970) hall de entrada da Estação de S. Bento;
Relevo (bronze) Caixa Geral de Depósitos;
Os Cavaleiros do Apocalipse (bronze, 1970) no Passeio das Virtudes;
Estátua equestre de D. Afonso Henriques (bronze, 1984) no Museu Militar;
Monumento a Francisco Sá Carneiro (granito e bronze, 1990) na Praça de Velasquez.

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