quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Kim-Zé Carvalho - Buarcosense apresentou livro “Naufrágios de Gentes Minhas”

Uma pesquisa de quatro anos em livros da época, esmiuçando jornais e nas suas entrelinhas, e ouvindo inúmeros testemunhos de ‘velhotes’ pescadores que andaram à pesca no mar, quer em lugares próximos quer nas longínquas terras do Canadá e Gronelândia, permitiram ao natural de Buarcos Kim-Zé Carvalho (também ele com familiares envolvidos na faina da pesca) descrever como se deram vários naufrágios com navios que saíram da Figueira da Foz ou então que incluíam gentes locais. 
Diz-se que nalguns casos não se deve remexer no passado, mas neste particular a explanação de como aconteceram os dramas de naufrágios de homens honestos e trabalhadores na luta de uma vida melhor para si e para os seus familiares, teve o condão de vir apaziguar e amainar muitas angústias e dúvidas. Pelo menos agora existe o testemunho deste livro que, de alguma forma, perpetua a memória dos que faleceram. 
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“As espingardas” = Conta Kim-Zé Carvalho, no seu livro "Naufrágios de Gentes Minhas": "-Foi um mistério durante muitos anos o que minha avó Maria um dia me contou: que o meu avô levava sempre para a pesca do bacalhau uma caçadeira! Mas afinal - pensava eu - para que é que um pescador de linha levava uma arma? Mas afinal ia à pesca ou á caça? E foi durante a elaboração deste livro que o mistério foi descoberto: os navios à época não tinham câmaras frigoríficas e, como, tal levavam sardinha em serradura para isco mas esta chegava a uma altura que acabava. Daí abatiam uns pássaros, de nome paínhos, pois a sua tripa era uma isca fabulosa para o bacalhau para além do resto do corpo do pássaro. Este foi um truque que lhes foi ensinado pelos esquimós que, melhor que ninguém, sabiam do que o bacalhau mais gostava.
Apresentação do livro decorreu no Casino da Figueira
Os nossos avós pescadores, quando lhes faltava a isca usavam também os fígados do bacalhau e quando apanhavam um amanhavam-no, pegavam nos fígados e atiravam-nos para junto do dori, para que quando os pássaros viessem para apanhar o 'petisco' lhe pudessem dar uma pazada e assim apanhar alguns. 
Caçadeira então para pescar, eheheheh, o que eu aprendi com este meu livro!" 
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Sobre as vendas, frisa que o livro está a ser muito bem aceite e que neste momento já vai a caminho de Austrália, EUA, Suiça, Luxemburgo, França, Canadá, etc.
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NOTA: Kim-Zé Carvalho enviou ao nosso jornal uma explanação bem desenvolvida sobre o seu livro. De tão interessante que estava que a transformámos em historial que aqui pode ver com o título “Buarcos – Naufrágios de Gentes Minhas" (CLICAR)
Este título irá constar em permanência na secção do ‘O Palhetas na Foz’ denominada “Artigos do Autor a rever”.

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