domingo, 14 de abril de 2019

Sociedade Filarmónica Dez de Agosto organiza a 'Queima do Judas', homenageia 'O Picha', e não realiza o 'Enterro do Bacalhau'!

Queima do Judas - Sábado dia 20 de abril, 12h00, no Largo São João do Vale na Figueira da Foz História e tradição 'Queima do Judas' - Um boneco de palha, vestido, agarrado por cordas, cheio de rebuçados e bombas, estoirava ao meio-dia de Sábado de Aleluia. Era a negra lembrança de Judas Iscariotes que traiu Jesus e que haveria de ser espancado, difamado e enforcado. Esta tradição popular, acarinhada mais tarde no Bairro do Vale, já vem dos anos 20 do século passado. As tropelias da canalhada, a bater forte com um pau no boneco, faziam a festa! 
Homenagem, a título póstumo, a António Ribeiro, de alcunha "O Picha" (mesmo dia, hora e local) António Ribeiro ("Picha” de alcunha) foi quem recuperou o velho hábito da Queima do Judas nos anos sessenta do século passado, que fez dinamizar, e que a filha Isabel Girão ainda recorda com terna saudade. 
Com farta porrada, a palha ia caindo a par das guloseimas, à guisa de teatro de rua... no ar andavam paus, cordas, gritos, latas...um barulho imenso até se atear o fogo ao Judas. O sorriso franco da criançada que se divertia com o boneco pendurado era o prémio do esforço de quem armava a contenda (AJL). 
O tradicional 'Enterro do Bacalhau' não se vai realizar este ano! 
 Nota à Comunicação Social da Sociedade Filarmónica Dez de Agosto: 
“-A Sociedade Filarmónica Dez de Agosto tem assinado anualmente a tradição do Enterro do Bacalhau, uma manifestação de cariz popular e forte dimensão crítica que faz parte das memórias de muitos figueirenses. Manter a tradição tem sido um desígnio da coletividade teimosamente conseguido graças à boa vontade de dirigentes e colaboradores, à amizade e espírito associativo de outras coletividades e a apoios pontuais do Município da Figueira da Foz. Infelizmente, esta manifestação de cariz popular não tem, nos últimos anos, conseguido mobilizar a população que, salvo uma minoria profundamente ligada aos velhos hábitos da cidade, se tem alheado do evento. 
Os custos associados à divulgação e organização e a fraca adesão à iniciativa obrigam, assim, a uma paragem que permita repensar a sua dinâmica, periodicidade e estratégias de financiamento e de envolvimento participado. A Direção da Dez de Agosto, que desde há muito assumiu o compromisso de defender e preservar as tradições locais, decidiu assim não organizar o Enterro do Bacalhau em 2019, sem prejuízo de, com o apoio dos órgãos de comunicação locais, assinalar o evento, levando ao conhecimento público excertos do discurso, atualizado e refinadamente provocador que, ano após ano pela voz dos oradores, apontou críticas e sugestões ao país e à cidade. Cumprir o calendário das tradições locais exige-nos esta reflexão coletiva.”

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