Banda de Santana estreou nova Missa de Requiem na capela da povoação!
No passado domingo os fiéis que
estiveram na Capela de Santana escutaram uma nova Missa de Requiem
executada pela Banda de Santana, a qual foi escolhida de acordo com
as indicações do pároco local obedecendo ainda à tradição
secular deste género de composição para vozes e instrumental.
De
acordo com a forma particular do Missal Romano, a Banda de Santana
ensaiou esta missa cujos cânticos possuem características
particulares das apelidadas "Missas para os fiéis defuntos"
ou "Missa dos fiéis defuntos", que a Igreja Católica
estabeleceu, sendo dedicada ao repouso das almas ou pela alma de uma
ou mais pessoas falecidas, contendo a particularidade de ser
concebida e composta
também para um funeral cujas letras possuem passagens bíblicas e
orações para a entrada dos mortos no Céu. Este termo foi retirado
da expressão Requiem
aeternam dona eis,
cujo significado é o seguinte: “Dai-lhes o repouso Eterno”.
Apesar
de haver quem não valorize estes rituais, ou simplesmente – e como
dá algum trabalho - descartar estes ritos litúrgicos, são
“pequenos” mas grandes pormenores que devem ser valorizados e
preservados como mandam os “cânones” históricos e musicais.
Nesse passado domingo, arquivou-se
a anterior missa que tinha sido feita há pelo menos 50 anos por
Bernardino Costa, antigo maestro da santanense. Apesar da mensagem
evangélica ser análoga, as melodias são mais recentes e foram
adaptadas pelo atual maestro com orquestrações baseadas na
composição instrumental em uso e ainda para as diversas vozes ao
estilo SATB em linguagem vernácula, tal como foi proposto pelo
Concílio Vaticano II (1962-65). Pode concluir-se que foi um dia
histórico, que será replicado nos próximos dias 12 e 19 em
Ferreira-a-Nova e Liceia, respetivamente.
Além da missa já referida, houve
ainda oportunidade de estrear a Marcha Fúnebre de Beethoven, cuja
composição é algo desconhecida para muitos. No entanto, além
desta, foram executadas outras de vários compositores, destacando-se
as de Ricardo Dorado e Chopin.
Valorizando
estas tradições comunitárias que as populações preservam,
normalmente estas cerimónias são organizadas pelas Confraria /
Irmandade das Almas, Comissão Fabriqueira e outras comissões
locais, tendo para isso, ano após ano, sido passado esse testemunho
e nomeação para familiares ou amigos incluindo quase sempre um
homem mais jovem de forma a que a tradição prevaleça.
Tal como outras, a Banda de
Santana continua a ser uma fiel guardiã destes ritos e
consequentemente, o seu arquivo musical, é testemunha viva dessa
realidade, esperando que esta tradição continue bem presente em
todo o território nacional e particularmente nesta zona da Beira
Litoral. (Texto
enviado à nossa redação por Francisco
M. Relva Pereira, maestro da Banda de Santana)
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